Na reta final da Caravana pela Democracia: nas escolas, nas ruas e nas urnas, que se iniciou em agosto e vai até 9 de setembro, o Cpers Sindicato está em Pelotas para divulgar material informativo sobre a categoria nos últimos quatro governos. A proposta é incentivar professores à importância do voto com foco na educação em outubro. A secretária-geral da Direção Central da entidade, professora Suzana Cecília Lauermann, visitou escolas de Pelotas e de Capão do Leão para promover o debate sobre os projetos dos candidatos, direitos trabalhistas, educação pública e valorização dos profissionais da área.

"Entendemos que, pelo grau de esgotamento do professor da rede pública estadual, é possível que haja pouco tempo para refletir essas questões. Portanto, nossa proposta é proporcionar, através da distribuição de materiais informativos, o diagnóstico feito nos últimos quatro governos e o que a categoria perdeu com as políticas implementadas", diz Suzana. Para o presidente do 24º Núcleo do Cpers em Pelotas, Mauro Amaral, o papel do sindicato é chamar a categoria ao debate. "O Cpers tem denunciado a perda de autonomia pedagógica e financeira das escolas, que chega a receber o calendário da Secretaria de Educação (Seduc) pronto", aponta.

Mesmo não sendo o mote da caravana, Suzana lembra que a categoria está sobrecarregada, pois vem de dois anos de pandemia, onde teve que se adaptar ao sistema remoto e híbrido, e nesse momento se vê diante do novo processo do Ensino Médio, prestes a anunciar aos estudantes os chamados itinerários formativos e as chamadas trilhas. A avaliação é de não haver tempo para qualificação e estruturação do quadro de professores. "Pedimos que fosse esperado mais dois anos para a aplicação, mas o governo não atendeu."

Para os sindicalistas, o sistema não oferece aos alunos o poder de escolha do que gosta de fazer, mas sim duas alternativas, sem poder mudar depois. "É por isso que falamos em gestão democrática e respeito à particularidade de cada escola."